segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Traição - Devo perdoar ?



Para responder esta pergunta, precisamos primeiro analisar toda a situação. Existem inúmeras possibilidades:

1 - Seu relacionamento já não estava indo bem e no meio do caminho surgiu uma pessoa disposta a suprir as necessidades emocionais ou sexuais do seu cônjuge (prometo desenvolver este assunto em outro post);
2 - Vingança - ele(a) traiu porque foi traído(a);
3 - No auge da paixão, você não analisou bem o caráter e comportamento do seu cônjuge. Quando estamos apaixonados, os defeitos do parceiro se tornam quase que insignificantes e quando a paixão vai embora, eles se tornam bem mais significativos e aí você diz: "Mas ele(a) não era assim quando namorávamos!" Na verdade era, mas você não enxergava (ou enxergava e não se incomodava). Se depois disso não houver a disposição de amar, o final da história você já sabe, e eu já descrevi no primeiro ítem;
4 - Casou muito cedo ou por obrigação (normalmente por causa de uma gravidez inesperada);
5 - O seu cônjuge tem um "fraco" por traição, assim como as pessoas que não conseguem parar de fumar, roubar ou fofocar. Mas como eu disse no ítem 3, quando estamos apaixonados, este detalhe importantíssimo acaba passando "despercebido".


Perceba que em todos os ítens o erro não está somente na pessoa que cometeu adultério, mas na que sofreu também. Deus nos dá liberdade para fazermos escolhas e algumas decisões (normalmente conscientes) nos levam ao sofrimento. Pois bem, você foi traído, e agora, o que fazer? Vamos a prática!

Se o seu marido ou esposa estiver arrependido e disposto a restaurar o casamento, não exito em dizer: PERDOE! Ninguém está isento de trair, nem mesmo você! A traição, diante de Deus, é um pecado como outro qualquer. É claro que para o ser humano costuma ser muito mais dolorido e difícil, mas para Deus tem o mesmo peso que o roubo, maledicência (falar mal dos outros), fofoca, bebedeira, cobiça ou pornografia (entre outros). A Bíblia diz que se  alguém desejar outra mulher ou homem, que não seja seu cônjuge/noivo/namorado, já adulterou: "Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração." Mt 5:28

Existe também a possibilidade do cônjuge que traiu estar apaixonado pela outra pessoa, mas por causa da sua maturidade (ou talvez pelos filhos), esteja disposto a lutar pelo casamento. Neste caso, PERDOE TAMBÉM! Vai ser um pouco mais difícil e dolorido, mas é completamente possível reacender a chama do amor entre vocês! O primeiro passo a tomar neste caso, é o seu cônjuge cortar qualquer tipo de relação com a outra pessoa. Ele terá que reconquistar a sua confiança e para isso, deverá estar disposto a responder todos os tipos de perguntas, quantas vezes forem necessárias. Isso faz parte da cura.

Além disso, tudo deverá ficar claro entre vocês, nada deve ser encoberto. Celulares, e-mails e senhas deverão ficar a sua disposição. Esta atitude mostra que ele(a) não tem nada a esconder e que está disposto(a) a fazer o que for preciso para recuperar a sua confiança. Caso não haja esta disposição, sinto-lhe dizer: não vai rolar... quer dizer, pode até rolar por um tempo, mas o fantasma da traição vai te assombrar pelo resto da vida. A parte traída tem o direito de desconfiar e fuçar a vida do "traidor" o tempo que for necessário. É uma consequência do erro e se há o desejo de restauração, é assim que deve ser, até que a confiança seja recuperada.

Outra situação, é quando o parceiro que adulterou está tão envolvido e apaixonado pela outra pessoa, que não deseja de forma alguma permanecer no casamento. Neste caso, eu acho que você deve... PERDOAR TAMBÉM! Perdão é uma decisão, aliás, uma ordem que Jesus nos deixou: "Senhor, até quantas vezes deverei perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? E Jesus respondeu: Eu lhe digo, não até sete, mas até setenta vezes sete." Mt 18:21 e 22.

Quando você perdoa alguém, não quer dizer necessariamente que vai esquecer tudo o que aconteceu e sair por aí pulando de alegria. É uma decisão que deve ser tomada todos os dias! Ele(a) te fez mal? Sim! Mas decida retribuir este mal com amor, perdoando-o e fazendo o bem quando necessário. Perdoar também não significa conviver. Se um assassino matar sua filha e você decidir perdoá-lo, não quer dizer que terá que conviver com ele para provar que o perdoou, mas sim que se, algum dia, ele precisar de socorro médico, um copo de água ou um prato de comida, você não vai negar.

Pra você que está nesta situação, recomendo o livro "Antes de dizer Adeus, de Jaime Kemp". Ele é ótimo para ajudar casais que estão a beira do divórcio ou para aqueles que já estão passando por ele.

Ok, se o seu caso é este último, busque durante um bom tempo orientação a Deus. Peça que Ele te mostre se deve ou não lutar por este relacionamento. Pode ser que com o tempo o cônjuge se arrependa, e aí há esperança para restauração. Mas se você perceber que não vai rolar, Jesus nos deixa um conselho: "Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada, estará cometendo adultério" Mt 5:32. Ou seja, se o seu cônjuge cometeu adultério e foi embora, você está livre para se casar novamente, caso contrário, não.

Lembre-se, a decisão de casar foi sua também, e como diz a Bíblia, exceto por imoralidade sexual, você deve permanecer no casamento, aconteça o que acontecer! Só deixo uma exceção, a violência. Neste caso, seria interessante se afastar do agressor por um tempo, para preservar sua saúde física e emocional. E busque como nunca sabedoria em Deus para saber como agir.

Este blog foi criado com uma única intenção: Ajudar aqueles que estão dispostos a lutar pelo seu casamento! Leia os outros textos, acompanhe, coloque em prática, busque sabedoria em Deus!

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